sexta-feira, 6 de abril de 2012


Dilma era o alvo de Demóstenes e Cachoeira (Andrei Meireles e Murilo Ramos - ÉPOCA - Via Blog do Noblat)

                                                 Foto: Do Arquivo do Blog  


A carreira política do senador Demóstenes Torres era manipulada por Carlinhos Cachoeira para ampliar seus negócios e se aproximar do Planalto


COMENTÁRIO DO BLOG:

Terrível constatação: O mandato, supostamente do futuro ex-senador Demóstenes Torres, não pertence a ele e muito menos ao povo goiano.

O senador, um autêntico fantoche, no Senado era verdadeiramente representante do contraventor Carlinhos Cachoeira e dos demais empresários que investiram em sua campanha eleitoral, sob o título eufemístico de "doação", mas que pode ser traduzido por investimento.

E quem investe planeja retorno.

E o pior: 

A volta é quase sempre através do dinheiro público. É o povo, afinal, quem paga o "pato!.

Porque, então, não rasgar essa máscara de que o financiamento publico de campanha onerará os cofres  do país, quando, na verdade, é o dinheiro desviado da saúde, da educação, da segurança, etc., etc, através de deslavada e impune corrupção que já adquire caráter sistêmico, que financia as campanhas políticas, exceto quando o candidato usa dinheiro do seu próprio bolso, como é o caso da maioria dos integrantes da bancada ruralista na Câmara dos Deputados (só um exemplo) que abriga cerca de 213 pseudo representantes do povo, pois verdadeiramente, representam a si mesmos ou no máximo, seus similares, porque seus mandatos são comprados com recursos próprios ou de outros empresários rurais, cujo objetivo primordial é a defesa de interesses corporativistas e não os dos trabalhadores do campo.

Conclui-se que são poucos os representantes do povo, no Congresso.. 

E quem, pois, são  os verdadeiros representantes da população brasileira?

Acredito que seriam aqueles que, antes da eleições não barganharam, não empenharam, não "venderam" seus mandatos, através do recebimento prévio de "doação" privada (a palavra é perfeitamente adequada) para sua campanha eleitoral.

O leitor tem notícias de que o Deputado Tiririca, o campeão de votos no país,  "vendeu" o mandato dele, antes das eleições, a troco de "doações" de campanha?

Certamente, existem mais alguém que o povo elegeu sem ser influenciado pelo poder econômico. Mas, acho que dá para contar nos dedos.   

O subtítulo desta matéria é emblemático:
"A carreira política do senador Demóstenes Torres era manipulada por Carlinhos Cachoeira para ampliar seus negócios e se aproximar do Planalto"
,
Infelizmente, o Parlamento brasileiro, as Assembleias Legislativas e as Câmaras Municipais estão repletas de "demostenes" e de representantes inautênticos. Isto já não é, apenas, trapalhadas do DEM, pois até parece "coisa do demo".

Também, não faltam outros "carlinhos cachoeiras", entre os financiadores (este é o termo mais adequado) de campanha política. 

E, sem dúvida, esta situação calamitosa vai perdurar enquanto não for instituído o funcionamento público de campanha eleitoral que é de difícil aprovação porque contraria os interesses dos "demóstenes" e "carlinhos cachoeiras".  (Edson Nogueira Paim escreveu)


Eis o teor da matéria supra referida: 
    
Como qualquer empresa, as organizações criminosas têm seus planos de sobrevivência e expansão. O grupo do empresário Carlos Augusto de Almeida Ramos, o Carlinhos Cachoeira, inovou em muita coisa, mas não nesse aspecto. Cachoeira tinha negócios escusos e planos de novos empreendimentos em Goiás, Distrito Federal, Mato Grosso e Tocantins, onde contava com a ajuda de políticos e agentes públicos, de acordo com as investigações da Polícia Federal.
Mas Cachoeira queria mais. Conversas telefônicas entre Cachoeira e o senador Demóstenes Torres (ex-DEM, agora sem partido), gravadas com autorização judicial e obtidas com exclusividade por ÉPOCA (ouça os áudios ao fim desta reportagem), mostram que os dois planejavam se aproximar de alguma forma do Palácio do Planalto.
Numa das ligações captadas, Cachoeira orienta Demóstenes a aproveitar um convite para trocar o DEM pelo PMDB, com o propósito de se juntar à base de apoio do governo e se aproximar da presidente, Dilma Rousseff. “E fica bom demais se você for pro PMDB... Ela quer falar com você? A Dilma? A Dilma quer falar com você, não?”, pergunta Cachoeira. Demóstenes responde: “Por debaixo, mas se eu decidir ela fala. Ela quer sentar comigo se eu for mesmo. Não é pra enrolar”.
Cachoeira se empolga: “Ah, então vai, uai, fala que vai, ela te chama lá”. Como se fosse um bom subordinado, Demóstenes acata a recomendação.
Quando esse diálogo ocorreu, no final de abril de 2011, Demóstenes estava em plena negociação com caciques do PMDB, como os senadores Renan Calheiros e José Sarney, para mudar de legenda.
Um dos maiores opositores do governo – e carrasco de petistas acusados de corrupção – tencionava aderir ao governo do PT. Segundo dirigentes do PMDB, àquela altura a mudança de partido já tinha o aval do Palácio do Planalto.
Tudo nos bastidores, porque em público Demóstenes continuava oposicionista. As gravações mostram agora que um dos objetivos da radical troca de lado era estar mais bem situado para ajudar o esquema de Cachoeira.

quarta-feira, 4 de abril de 2012


Ideli tenta se explicar aos líderes do PT e PMDB sobre lancha$ da Pesca: ‘Não é problema meu!’ (Josias de Souza)


A ministra Ideli Salvatti, coordenadora política de Dilma Rousseff, reuniu-se a portas fechadas com os líderes do PT e do PMDB. Longe dos refletores, tentou explicar o rumoroso caso das lanchas adquiridas pelo Ministério da Pesca.
Ideli disse que a compra de 28 embarcações, feita em processo apinhado de irregularidades, foi feita antes da chegada dela na pasta da Pesca. Coisa do antecessor petista Altemir Gregolim.
As lanchas custaram ao Tesouro R$ 31 milhões. Auditoria do TCU descobriu que 23 das 28 embarcações encontravam-se paradas, em vias de virar sucata. Detectaram-se, de resto, indícios de superfaturamento, pagamentos antecipados, serviços não realizados e aditivos contratuais suspeitos.
Ideli não negou os malfeitos. Preocupou-se apenas em tomar distância deles. Insinuou que, se alguém deve explicações, não é ela. Tentou dissociar-se também do desdobramento do episódio: a doação eleitoral de R$ 150 mil feita ao PT catarinense pelo fabricante das lanchas, a empresa Intech Boating.
Na versão de Ideli, a doação foi feita ao partido sem a interferência direta dela. Reconhece que a verba foi repassada ao comitê de sua campanha ao governo de Santa Catarina, em 2010. Mas sustenta que não partiu dela a solicitação.
Derrotada nas urnas, Ideli foi acomodada por Dilma na poltrona de Ministra da Pesca. Nessa função, mandou pagar a última parcela das lanchas. Coisa de R$ 5,2 milhões. Alega que apenas liquidou uma fatura contratada na gestão anterior.
Ouviram Ideli: os líderes do PMDB Henrique Eduardo Alves e Renan Calheiros, os líderes do PT Jilmar Tatto e Walter Pinheiro e os líderes do governo na Câmara, no Senado e no Congresso, respectivamente Arlindo Chinaglia (PT), Eduardo Braga (PMDB) e José Pimentel (PT).
A repórter Marta Salomon veicula notícia que indica que as explicações de Ideli aos líderes devem ser levadas em conta apenas até certo ponto. O ponto de interrogação. Identificou-se o petista que pediu a contribuição financeira ao fornecedor das lanchas do Ministério da Pesca.
Chama-se Karim Bacha (foto ao lado). Respondia na época pela secretaria de Planejamento da Pesca. Em setembro de 2010, dividia-se entre as atribuições do ministério e o engajamento na campanha de Ideli.
Ouvido sobre a mordida em José Antônio Galízio Neto, o dono da Intech Boating, Bacha declarou: “Durante o processo eleitoral, acabamos conversando com muitas pessoas. Eu posso ter conversado com o Neto também. Não vou dizer que não, porque faz tanto tempo.”
Dono de memória mais atilada que a de Bacha, o empresário José Neto soou peremptório: “Tive contato com ele, sim. Foi mais ou menos uma semana, dez dias antes de eu fazer a doação, uma coisa assim. No meio da campanha, próximo das eleições, foi solicitado que a gente… bem, o resto você já sabe.”
De acordo com os registros do TSE, os R$ 150 mil da Intech Boating pingaram nas arcas do PT catarinense em 13 de agosto de 2010. O partido bancou 81% dos custos da campanha de Ideli. Em reais: R$ 2,9 milhões. Na semana passada, José Neto já havia reconhecido que contribuiu com o PT “a pedido” do Ministério da Pesca.
Quer dizer: a ordem para a compra das lanchas inservíveis partiu do ex-ministro Gregolim, petista como Ideli, catarinense como ela. Cuidou da captação eleitoral o petista Bacha, engajado na campanha de Ideli. Nomeada ministra, Ideli mandou pagar a derradeira fatura ao fornecedor. Mas Ideli não tem nada a ver com o peixe.
Aos líderes, a coordenadora política de Dilma afirmou que, se tivesse migrado da campanha de 2010 direto para a pasta das Relações Institucionais, sem fazer escala na Pesca, ninguém estaria invocando a participação dela na encrenca. Será? “Não é problema meu”, disse Ideli. “Se alguém tem que explicar, não sou eu.”

domingo, 1 de abril de 2012

Depois de ser flagrado em transação de R$ 175 mil com Cachoeira, Stepan pede licença do PPS (Josias de Souza)

O deputado federal Stepan Nercessian (RJ) pediu “licença” do seu partido, o PPS, neste sábado (31). Além de afastar-se temporariamente do partido, vai se desligar da Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado da Câmara.
As providências foram adotadas depois da revelação de que o deputado foi pilhado nos grampos da Operação Monte Carlos numa transação monetária com o contraventor Carlinhos Cachoeira.
Stepan recebeu do opeador de jogos ilegais, no ano passado, R$ 175 mil. Recebeu do operador de jogos ilegais R$ 175 mil. Incomodada, a direção do PPS cobrou explicações do filiado ilustre.
O deputado, então, enviou uma carta ao presidente do PPS, Roberto Freire. “Tendo o meu nome aparecido nas gravações que investigam a relação do sr. Carlos Ramos, Carlinhos Cachoeira, com parlamentares do Senado e da Câmara, solicito licença temporária do PPS.”
Licenciou-se também “de todos os cargos e funções” que ocupa na legenda, “até que todos os fatos sejam apurados e esclarecidos.” De resto, anotou: “Solicito também que o PPS, me substitua na Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado […], tendo em vista que essa comissão participará das investigações que envolvem o caso Carlinhos Cachoeira.”
Goiano como Cachoeira, Stepan alega que mantém com o contraventor uma amizade que “dura mais de 15 anos”. Sustenta que o dinheiro que recebeu foi um “empréstimo”.
Nessa versão, o deputado decidira comprar um apartamento. Solicitara empréstimo num banco. Antes que o dinheiro saísse, recorreu ao “amigo”. Afirma que não chegou a usar o dinheiro de Cachoeira. Concretizada a transação bancária, devolveu a cifra.
Restituiu, porém, apenas parte da verba: R$ 160 mil, em vez dos R$ 175 mil. Afirma que os R$ 15 mil restantes foram usados para comprar ingressos do Carnaval carioca encomendados por Cachoeira. Colocou-se à disposição da Comissão de Ética do PPS
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